Os principais banqueiros soam o alarme de que o trabalho remoto está começando a incomodar

“Não acho que seja sustentável”, disse o CEO do Barclays Plc, Jes Staley, na terça-feira no Fórum Econômico Mundial. A chefe de gestão de ativos e fortunas do JPMorgan Chase & Co., Mary Erdoes, concorda.

No mundo corporativo, “se você perguntar a alguém hoje, parece que está se desgastando, é difícil, é preciso muita força interior e sustentabilidade todos os dias para continuar a focar e não ter a energia que obtém por estar perto de outras pessoas pessoas ”, disse ela.

Os dois executivos falaram por videoconferência, já que a pandemia significa que o WEF se tornou virtual pela primeira vez, em vez de sua reunião em massa de figuras corporativas e governamentais proeminentes na estação de esqui suíça de Davos.

Erdoes, citando uma conversa que um estrategista do JPMorgan teve com a farmacêutica Moderna Inc., disse que é possível que a Covid-19 possa persistir por muito tempo em meio a cepas mutantes - e em vez de mais videoconferências, “o mundo terá que se abrir. ”

• Staley disse que pequenas empresas e consumidores estão aumentando seus depósitos e diminuindo seus empréstimos. Em meio à demanda reprimida, as economias podem se recuperar no segundo semestre deste ano - “se pudermos combater a pandemia”. Ele comparou essa possibilidade aos “loucos anos 20” tirando o mundo de uma calmaria após a epidemia de gripe de 1918.
• Erdoes fez outra comparação com as décadas anteriores: a espuma de ações de tecnologia de 20 anos atrás, e como isso a lembra da demanda atual por empresas de cheques em branco e o comércio selvagem em Bitcoin e GameStop Corp. “Essas são bolhas de ativos muito parecidas com a crise de 2000. Eles podem terminar mal, mas não afetam a economia real, o sistema bancário real ”, ao contrário das bolhas de crédito mais perigosas, disse ela.
• Staley disse que o "desafio econômico final" será quando um número suficiente de trabalhadores retornará ao mercado de trabalho para aumentar a inflação e as taxas de juros, e "os governos conseguirem empréstimos de graça podem não durar para sempre".
• Erdoes alertou que os investimentos ambientais, sociais e de governança não devem decidir sozinhos quais empresas obterão capital. “Não acho que o mundo deva confiar no ESG para criar as regras que realmente deveriam ser feitas pelos governos”, disse ela. “Temos muitas empresas em todo o mundo que funcionam legalmente e, em seguida, pedir aos alocadores de ativos ou bancos para julgar quais são as certas e as erradas vai contra a forma como o sistema legal e a estrutura funcionam para governos. ”