SÃO PAULO (Reuters) -O Brasil registrou seu primeiro caso confirmado da variante altamente contagiosa do coronavírus descoberta na África do Sul, um novo sinal de perigo para um país já devastado pelo pior número de mortes diárias do mundo e lutando para abrir espaço para enterros.
Escrita Por: Administração | Publicado: 4 years ago | Vizualizações: 39 | Categoria: Saúde
Cientistas alertaram na quarta-feira que mais uma nova variante pode estar surgindo na cidade de Belo Horizonte, no interior do Brasil.
A Universidade Federal de Minas Gerais disse em um comunicado que duas amostras coletadas na cidade incluíam um conjunto de 18 mutações nunca antes visto, incluindo alguns nos mesmos genes modificados pela variante sul-africana e pela variante já prevalente no Brasil, conhecida como P.1.
A detecção de variantes adicionais aumenta a preocupação de que uma onda brutal do COVID-19 que atinge o Brasil possa continuar quebrando recordes sombrios nas próximas semanas. Na terça-feira, o Ministério da Saúde informou um recorde em um único dia de 4.195 mortes, seguido por outras 3.829 mortes na quarta-feira.
São Paulo, a maior cidade do país, anunciou na quarta-feira que começaria a abrir cerca de 600 novos túmulos por dia, bem além do recorde de 426 sepultamentos em um dia de 30 de março. A cidade também está preparando planos para um “cemitério vertical”, a cripta com 26.000 sepulturas em formato de gaveta que podem ser construídas em 90 dias, uma vez aprovada.
O surto no maior país da América do Sul pode ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o mais letal do mundo, prevêem alguns especialistas médicos.
A mulher paulista agora confirmada como infectada pela variante do vírus sul-africano foi identificada pela primeira vez pelo instituto biomédico Butantan como um possível caso de uma nova variante local. Uma análise posterior o confirmou como o primeiro caso local conhecido da variante amplamente circulando na África do Sul e em outros lugares.
Os cientistas temem um confronto entre a variante sul-africana e a variante P.1 do Brasil, ambas mais contagiosas e possivelmente mais mortais do que a versão original do coronavírus, agravando os surtos de COVID-19.
“Pode ser um grande duelo”, disse Maria Carolina Sabbaga, uma das coordenadoras do Butantan para o estudo de novas variantes. “Eu acho que P.1 já assumiu. Não tenho certeza se o sul-africano ultrapassará P.1, vamos ver. ”
A variante sul-africana em estudos parece diminuir a proteção das vacinas atuais.
José Patané, pesquisador do Butantan, disse que a variante provavelmente chegou ao Brasil depois de viajar pela Europa no final de 2020.
Apresentação de slides (4 imagens)
O primeiro diagnóstico local, uma mulher na casa dos 30 anos, da cidade de Sorocaba, não viajou para o exterior nem teve contato com quem o fez, indicando transmissão na comunidade local, disseram os pesquisadores.
SLOW VACCINE ROLLOUT
Um possível aumento da variante sul-africana pode complicar ainda mais o lento lançamento da vacina no Brasil.
O programa de imunização COVID-19 do Brasil é baseado nas vacinas da AstraZeneca Plc e da Sinovac Biotech Ltd da China, que se mostraram eficazes contra a variante brasileira em estudos preliminares, de acordo com autoridades.
Pesquisa divulgada na quarta-feira mostrou que a injeção Sinovac foi 50% eficaz na prevenção do COVID-19 sintomático em um estudo com quase 68.000 profissionais de saúde em Manaus, onde a cepa P.1 surgiu pela primeira vez como a variante predominante. Os resultados apóiam as conclusões preliminares de uma pesquisa separada relatada pela Reuters no mês passado.
As imunizações demoraram a aumentar no Brasil depois que o governo demorou a adquirir vacinas no ano passado, enquanto outros países corriam para garantir o abastecimento.
O presidente Jair Bolsonaro mudou seu tom sobre as vacinas, elogiando as vacinas que até recentemente desprezava. Mas o ex-capitão do Exército de extrema direita ainda se opõe ao distanciamento social e aos requisitos de máscara que os especialistas em saúde consideram essenciais para conter a transmissão do vírus.
Sob pressão de líderes empresariais desesperados para vacinar suas forças de trabalho e reabrir as operações, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto polêmico para permitir a compra de vacinas pelo setor privado. Depois que a Câmara concluiu a votação das emendas na quarta-feira, o projeto agora segue para apreciação do Senado.
A proposta permitiria que as empresas adquirissem vacinas para inocular seus funcionários, desde que doassem a mesma quantidade de vacinas ao sistema público de saúde. Sob as regras atuais, as empresas só poderiam fazer isso depois que o país vacinasse totalmente os grupos de risco descritos em um plano nacional de imunização.
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